Autor: Hélia Correia
Intérprete: Mísia
Álbum: Senhora da Noite (2011)
Quem passar à minha beira
Não vê de mim nem sinal
Que eu apenas sou real
Sob a noite azul inteira
Que eu nasci à sexta-feira
Sem conhecer nem pai, nem mãe, nem mal
Tive a loba por parteira
E da aranha tecedeira
Recebi meu enxoval
Nasci sobre o chão divino
Tenho as grutas por morada
E eu sou da terra salgada
Não tenho medo de nada
Nem mesmo até do destino
E há um mistério felino
Na minha saia rodada
Só de a vestir imagino
Que sou feiticeira e fada
As próprias trevas fascino
E esconjuro a madrugada
Quando a lua se levanta
É que eu sinto na garganta
A vontade de cantar
E ela põe na minha mesa
Licores de prata e beleza
Que me levam pelo ar
E quando o dia ameaça
É como se uma mordaça
Me emudecesse outra vez
E o meu grito de bacante
Arde como eu num instante
No fogo que a manhã fez
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Tarde Longa
Autor: Lídia Jorge
Intérprete: Mísia
Álbum: Senhora da Noite (2011)
Se eu for à casa do amor
Intérprete: Mísia
Álbum: Senhora da Noite (2011)
Se eu for à casa do amor
Hei-de encontrar-te sentado
À espera que eu me dispa
Conforme foi combinado
E se a tarde for inteira
Nessa pátria a que pertenço
Ficaremos abraçados
Estendidos como num lenço
Ah, quem me dera que os céus
Fossem mais largos, mais fundos,
Despidos somos de deus,
Vestidos somos do mundo
Mas de nós mesmos seremos
Se a tarde for tão comprida
Que o mesmo lenço se estenda
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Garras dos Sentidos
Autor: Agustina Bessa-Luís
Intérprete: Mísia
Álbum: Garras dos Sentidos (1998)
Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=WN2Ib_SmteI
Não quero cantar amores,
Amores são passos perdidos.
São frios raios solares,
Verdes garras dos sentidos.
São cavalos corredores
Com asas de ferro e chumbo,
Caídos nas águas fundas.
Não quero cantar amores.
Paraísos proibidos,
Contentamentos injustos,
Feliz adversidade,
Amores são passos perdidos.
São demência dos olhares,
Alegre festa de pranto.
Alegre festa de pranto.
São furor obediente,
São frios raios solares.
Da má sorte defendidos
Os homens de bom juízo
Têm nas mãos prodigiosas
Verdes garras dos sentidos.
Não quero cantar amores
Nem falar dos seus motivos.
Fado do Retorno
Autor: Lídia Jorge
Intérprete: Mísia
Álbum: Garras dos Sentidos (1998)
Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=nH1Pl8xqknQ
Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada
Voltaste, já voltaste
Já entras como sempre
Abrandas os teus passos
E páras no tapete
Então que uma luz arda
E assim o fogo aqueça
Os dedos bem unidos
Movidos pela pressa
Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada
Voltaste, já voltei
Também cheia de pressa
De dar-te, na parede
O beijo que me peças
Então que a sombra agite
E assim a imagem faça
Os rostos de nós dois
Tocados pela graça.
Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada
Amor, o que será
Mais certo que o futuro
Se nele é para habitar
A escolha do mais puro
Já fuma o nosso fumo
Já sobra a nossa manta
Já veio o nosso sono
Fechar-nos a garganta
Então que os cílios olhem
E assim a casa seja
A árvore do Outono
Coberta de cerejas.
Intérprete: Mísia
Álbum: Garras dos Sentidos (1998)
Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=nH1Pl8xqknQ
Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada
Voltaste, já voltaste
Já entras como sempre
Abrandas os teus passos
E páras no tapete
Então que uma luz arda
E assim o fogo aqueça
Os dedos bem unidos
Movidos pela pressa
Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada
Voltaste, já voltei
Também cheia de pressa
De dar-te, na parede
O beijo que me peças
Então que a sombra agite
E assim a imagem faça
Os rostos de nós dois
Tocados pela graça.
Amor, é muito cedo
E tarde uma palavra
A noite uma lembrança
Que não escurece nada
Amor, o que será
Mais certo que o futuro
Se nele é para habitar
A escolha do mais puro
Já fuma o nosso fumo
Já sobra a nossa manta
Já veio o nosso sono
Fechar-nos a garganta
Então que os cílios olhem
E assim a casa seja
A árvore do Outono
Coberta de cerejas.
Conjugar Lisboa
Autor: Rosa Lobato de Faria
Intérprete: Mísia
Álbum: Ruas (2010)
Esta Lisboa princesa
Filha Estrela da Mãe d' Água
Alfama minha tristeza
Chafariz da minha mágoa
Bate sonhos em Castelo
No Desterro do cansaço
Com Pontinhas de cabelo
No Terreiro aonde Paço
Restelos d que eu vivi
Benficam noutras Mercês
Quando eu Rossio por ti
Portamos Cais do Sodrés
Mas quando tu me Xabregas
Não me deixo Saldanhar
Só te Tejo se navegas
Nas ondas do Lumiar
E porque Politeamo
Picoas vez mais
À janela me Moiramo
A ver se és tu que Olivais
Eu Areeiro, tu Chelas
Se ela Parque, Amoreiras
Mas se Intendente dou por ela
Que Marvila de Telheiras
Ando a conjugar Lisboa
A ver se o Salitre passa
Pois nada nos Madragoa
Se é feito com ar de Graça.
Intérprete: Mísia
Álbum: Ruas (2010)
Esta Lisboa princesa
Filha Estrela da Mãe d' Água
Alfama minha tristeza
Chafariz da minha mágoa
Bate sonhos em Castelo
No Desterro do cansaço
Com Pontinhas de cabelo
No Terreiro aonde Paço
Restelos d que eu vivi
Benficam noutras Mercês
Quando eu Rossio por ti
Portamos Cais do Sodrés
Mas quando tu me Xabregas
Não me deixo Saldanhar
Só te Tejo se navegas
Nas ondas do Lumiar
E porque Politeamo
Picoas vez mais
À janela me Moiramo
A ver se és tu que Olivais
Eu Areeiro, tu Chelas
Se ela Parque, Amoreiras
Mas se Intendente dou por ela
Que Marvila de Telheiras
Ando a conjugar Lisboa
A ver se o Salitre passa
Pois nada nos Madragoa
Se é feito com ar de Graça.
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Paixões Diagonais
Autor: João Monge
Intérprete: Mísia
Álbum: Paixões Diagonais (1999)
Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=2Fx_dRltqqQ
Do que fala a madrugada
Os murmúrios na calçada
Os silêncios de licor
Do que fala a nostalgia
De uma estrela fugidia
Falam de nós, meu amor
Do que sabem as vielas
E a memória das janelas
Ancoradas no sol-pôr
Do que sabem os cristais
Das paixões diagonais
Sabem de nós, meu amor
Porque volta esta tristeza
O destino à nossa mesa
O silêncio de um andor
Porque volta tudo ao mar
Mesmo sem ter de voltar
Voltam por nós, meu amor
Porque parte tudo um dia
O que nos lábios ardia
Até não sermos ninguém
Tudo é água que corre
De cada vez que nos morre
Nasce um pouco mais além
Intérprete: Mísia
Álbum: Paixões Diagonais (1999)
Para ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=2Fx_dRltqqQ
Do que fala a madrugada
Os murmúrios na calçada
Os silêncios de licor
Do que fala a nostalgia
De uma estrela fugidia
Falam de nós, meu amor
Do que sabem as vielas
E a memória das janelas
Ancoradas no sol-pôr
Do que sabem os cristais
Das paixões diagonais
Sabem de nós, meu amor
Porque volta esta tristeza
O destino à nossa mesa
O silêncio de um andor
Porque volta tudo ao mar
Mesmo sem ter de voltar
Voltam por nós, meu amor
Porque parte tudo um dia
O que nos lábios ardia
Até não sermos ninguém
Tudo é água que corre
De cada vez que nos morre
Nasce um pouco mais além
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